A Navalshore 2025, maior feira da indústria naval e offshore da América Latina, movimenta o Rio de Janeiro reunindo líderes, especialistas e empresas em torno de um propósito comum: gerar negócios e parcerias estratégicas. Entre os impactos esperados está a aceleração da transformação digital no setor marítimo e de óleo & gás.
Nesse cenário, os Gêmeos Digitais no setor naval e de óleo e gás surgem como protagonistas da inovação. Mais do que uma tendência, essa tecnologia já está redefinindo a forma como navios, plataformas e operações offshore são projetados, monitorados e otimizados, trazendo ganhos de produtividade, eficiência e sustentabilidade.
O que são Gêmeos Digitais (Digital Twins) e como transformam o setor naval e de óleo & gás?
Um gêmeo digital é uma réplica virtual dinâmica de um ativo físico — seja um navio, uma plataforma ou até um sistema industrial completo. Alimentado por dados em tempo real de sensores e sistemas embarcados, o modelo digital permite prever cenários, testar hipóteses e tomar decisões de forma mais segura e precisa.
Na prática, isso significa:
- Mais eficiência energética, reduzindo custos de combustível.
- Maior segurança operacional, com manutenção preditiva e monitoramento contínuo.
- Treinamento imersivo, recriando ambientes de risco sem exposição real.
- Sustentabilidade, ao apoiar a economia azul e reduzir emissões.
Crescimento do mercado global de Digital Twins em óleo & gás
A relevância dos gêmeos digitais é confirmada pelos números:
- O mercado global deve saltar de US$ 138,7 milhões em 2024 para US$ 911,7 milhões até 2032, com um crescimento anual médio de 26,5% (Credence Research).
- Na Europa, a expectativa é que alcance €851 milhões até 2032, partindo de €102 milhões em 2023 (Hexagon).
Esses dados comprovam que a tecnologia deixou de ser apenas uma tendência e passou a ser uma estratégia global em setores críticos, como o naval e o offshore.
Casos reais de aplicação no Brasil e no mundo
Os benefícios já estão comprovados na prática. Empresas que utilizam gêmeos digitais registram redução de até 20% em paradas inesperadas. Em plataformas de perfuração, isso pode representar uma economia de aproximadamente US$ 39 milhões por ano (Astute Analytica).
Exemplos no Brasil incluem:
- Petrobras: testes de protótipos em plataformas FPSO, com aumento de produtividade em torno de 1% (World Oil).
- ABS + Petrobras: monitoramento em tempo real de FPSOs com Gêmeos Digitais (Brazil Energy Insight).
- Porto de Santos: implantação de um gêmeo digital para integrar operações marítimas e terrestres, ampliando eficiência e sustentabilidade (BNamericas).
Esses casos mostram que a tecnologia já é realidade no Brasil e representa um caminho sem volta para a competitividade global.
Bases técnicas e acadêmicas que reforçam a tecnologia
Além dos números de mercado, a literatura científica confirma o valor estratégico dos gêmeos digitais:
- Pesquisas indicam aumento de precisão das operações ao comparar continuamente dados reais com o comportamento esperado, reduzindo riscos e otimizando decisões (PMC).
- Em portos, os gêmeos digitais impulsionam eficiência em processos complexos, promovendo decisões colaborativas e sustentáveis (arXiv).
Navalshore 2025: palco da transformação digital
O crescimento da Navalshore, que em 2025 reúne mais de 400 marcas nacionais e internacionais em 10.000 m², reforça a relevância da feira para discutir os rumos da indústria naval e offshore.
Entre os temas centrais estão:
- Eficiência energética e sustentabilidade.
- Transformação digital e inovações tecnológicas.
- Cibersegurança em sistemas marítimos.
- Novos modelos de construção naval e offshore.
Todos esses tópicos se conectam diretamente aos Gêmeos Digitais, demonstrando que a tecnologia é parte essencial da agenda de transformação do setor.
EPC: de olho no futuro da engenharia naval e offshore
Na EPC, acompanhamos de perto as tendências que moldam o futuro da indústria naval e de óleo & gás. Estamos atentos às oportunidades que os Gêmeos Digitais oferecem para:
- Aumentar a eficiência,
- Garantir segurança,
- Apoiar a sustentabilidade em projetos complexos.
Nosso compromisso é seguir investindo em inovação e conhecimento, conectando a engenharia às tecnologias que definem o amanhã.
Conclusão: o futuro já começou
Os gêmeos digitais já não são apenas um conceito do futuro — eles estão transformando a realidade da indústria naval e de óleo & gás.
A Navalshore 2025 reforça que essa jornada está apenas começando no Brasil. Empresas preparadas para adotar soluções digitais inteligentes estarão na dianteira dessa nova era.
Para saber mais sobre o evento: Navalshore – Feira e Conferência da Indústria Marítima
Agradecimento especial ao engenheiro Leandro Theodoro, da equipe EPC, pela contribuição técnica e pela redação deste artigo.
FAQ – Perguntas Frequentes
1. O que diferencia um gêmeo digital de um modelo 3D?
O gêmeo digital é dinâmico, conectado a dados em tempo real e capaz de simular cenários. Já um modelo 3D é estático.
2. Como os gêmeos digitais contribuem para a sustentabilidade?
Reduzem consumo de combustível, otimizam emissões e apoiam metas globais de economia azul.
3. Já existem aplicações dessa tecnologia no Brasil?
Sim, iniciativas da Petrobras e do Porto de Santos já apresentam resultados concretos.
4. Quais são os principais benefícios operacionais?
Redução de paradas inesperadas, otimização da manutenção, maior segurança e eficiência energética.
5. Essa tecnologia pode ser aplicada em embarcações existentes?
Sim, é possível criar gêmeos digitais a partir de dados coletados em navios e plataformas em operação.
6. O que torna este o momento ideal para adoção?
O setor naval brasileiro vive um ciclo de renovação e investimentos, e a digitalização é essencial para a competitividade.