O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) acaba de conceder a primeira licença prévia para um projeto de geração de energia eólica offshore no Brasil. O empreendimento será implantado no município de Areia Branca (RN), aproximadamente 330 km a nordeste de Natal, e prevê a instalação de dois aerogeradores em ambiente marítimo, com operação estimada para os próximos 36 meses.
Este marco inaugura oficialmente uma nova fronteira tecnológica para o setor elétrico nacional. Embora o potencial da energia eólica offshore brasileira seja reconhecido há anos por seu elevado fator de capacidade (>50%) e pela estabilidade dos regimes de vento, os entraves regulatórios, logísticos e tecnológicos sempre impuseram desafios significativos.
Complexidade técnica da infraestrutura de energia eólica offshore
Os projetos de geração eólica no mar envolvem múltiplas disciplinas de engenharia, com destaque para:
- Engenharia estrutural e hidrodinâmica
Dimensionamento de fundações (monopiles, jackets ou fundações flutuantes), sistemas de lastro e comportamento dinâmico sob ação combinada de vento, ondas e correntes marítimas. - Análise aeroelástica
Modelagem acoplada aerodinâmica-estrutural para prever cargas dinâmicas e respostas em regime operacional e de tempestade, fundamentais para turbinas eólicas flutuantes. - Sistemas de ancoragem e amarração
Desenvolvimento de configurações de catenária ou tension leg mooring adaptadas a diferentes profundidades e condições oceanográficas. - Simulações numéricas avançadas
Uso intensivo de CFD (Computational Fluid Dynamics) e FEA (Finite Element Analysis) para reduzir incertezas e otimizar a confiabilidade estrutural ao longo da vida útil do projeto.
No caso brasileiro, características meteoceanográficas específicas — como regimes de swell e correntes de deriva — e a infraestrutura portuária de apoio ainda em desenvolvimento acrescentam complexidade adicional ao planejamento e execução.
Engenharia aplicada a fundações e turbinas eólicas flutuantes
A EPC atua no suporte ao desenvolvimento de projetos de energia eólica offshore, com foco em engenharia avançada de subestruturas e simulação integrada. Entre as atividades técnicas destacam-se:
- Modelagem do comportamento hidrodinâmico e análise da resposta flutuante: Simulação no domínio da frequência e do tempo para avaliar deslocamentos, acelerações e esforços transmitidos à fundação e aos sistemas de amarração.
- Dimensionamento estrutural de subestruturas e fundações: Verificação de limites de resistência e fadiga ao longo da vida útil de projeto, com base em normas internacionais como DNV-ST-0119 e IEC 61400-3.
- Integração aeroelástica e hidrodinâmica: Acoplamento dinâmico entre cargas variáveis do rotor e movimentos da plataforma, considerando efeitos combinados de vento, ondas e corrente marítima.
- Simulação CFD de interação fluido-estrutura: Avaliação do desempenho aerodinâmico e da estabilidade estrutural em diferentes condições operacionais e extremas.
- Apoio técnico a processos de licenciamento ambiental e engenharia conceitual: Elaboração de estudos preliminares, definição de premissas de projeto e acompanhamento técnico durante a aprovação regulatória.
Com um ambiente regulatório em amadurecimento e perspectivas concretas de novos investimentos, este primeiro licenciamento em Areia Branca sinaliza a consolidação de uma cadeia produtiva de alta especialização em engenharia offshore no Brasil.
Conte com suporte técnico qualificado para projetos de energia eólica offshore
Para empresas que pretendem desenvolver projetos de geração eólica no mar, é fundamental contar com parceiros de engenharia capazes de realizar modelagens computacionais avançadas e desenvolver soluções customizadas para cada local e perfil operacional.
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